...

Digo tanto faz

Pra tanta situação

Mas também digo faça!

Digo sempre mais

Que faças por mim

Meu trecho Meu texto

Meu tanto faz teriam tantos sentidos

Por isso Faça mais

Do que eu consigo Agora

Digo tanta coisa

Pra nada me prender

Mas digo quase sempre

Construa comigo outros sentidos

Diga as palavras que eu evito

Mesmo sem querer

Seu saber tem outro sentido

Até sem palavras

Você consegue me envolver

Quando viso meu próprio artifício

É pra dizer apenas mito

Assim inventar tanta mentira

Esculpir tantas faces felizes

Mas se encontro a mínima certeza

É tudo um mito

Um misto de prazer e agonia

Um silêncio amargo

Um vazio que perturba nós dois

Porque somos duas coisas à procura de sentido

Mais que aquilo

Menos que isto

Digo rochedo

Você pecipício

Somos duas coisas que se completam

Que se percebem

Que se vigiam

Mas que não se encontram nunca

No seu texto ou na minha palavra

Linguas cansam de tanto tagarelar

Mas não se calam pra sempre

Sentem-se

Pra que tudo seja mito

Certeza sempre buscada

Pra que o infinito exista sempre lá

Enquanto tudo por aqui ainda é ínfimo

Ínfimo de dor

Ínfimo de prazer

Ínfimo até morrer

Ínfimo ao crer

Ínfimo ao saber

Ínfimo ao se descobrir diferente do que aprendeu ser

Que tantos textos não se aplicam às minhas palavras

A não ser como a outra face do mito.

troclone
Enviado por troclone em 18/06/2009
Código do texto: T1655587
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