ENTRE DOIS MUNDOS
Amanhece o dia
Caminho na beira do mar
Sinto a brisa tocar minha pele envelhecida
E uma espuma um tanto quanto enegrecida
Faz-me viajar
Viajar para um mundo que já existe há muito tempo
Um mundo onde sereias, trintões e monstros horripilantes fazem do mar um tormento
Um tormento para quem ousa perturbar a dinâmica calmaria do oceano
Como o vento que balança um pano
Ao final da tarde as ondas chegam
As sereias brincam
Os trintões avançam
E os monstros assustam
Aos poucos entram no território do inimigo
Passam toda a madrugada beijando a terra
Atrás de um abrigo
Quando a noite se despede
E a manhã aparece
A maré desce
Os seres desaparecem
E os Homo sapiens surgem
Com seus tambores de guerra
Para dominar a terra
Até que a tarde se encerra
E lá vêm eles de novo
Os grandes seres daquele mundo.