NO DESPERTAR DAS FLORES

No despertar das flores

Quando os pássaros abrem seus bicos para os primeiros cânticos

Quando o sol esmurra a cara de milhares de mendigos

Quando a noite se despede

Lá estou eu

No meu quarto

Estirado como um defunto na cama

Tendo sonhos alucinantes

Sendo vigiado pelo ventilador que insiste em me olhar de um lado para o outro

Enrolado pelo manto cor de vinho dado pela estrela maior que brilha no Céu

Presente de quem já pegou o Trem Para As Estrelas

Permaneço lá

Estirado

Vencido

Acabado

Até quando?

Quando me vem a lembrança de que não sou imortal

E de que a vida é igual a um disquete porque devemos correr atrás dela.