CAMINHOS

CAMINHOS

Somente quem, longe do chão,

(Que é seu de direito...)

E que por qualquer razão

Ou sem razão,

Tornou-se um apátrida,

Um filho da partida,

Saberá sentir na carne a ferida,

E na alma a dor da saudade.

E se por ventura

(ou desventura)

Retornar algum dia,

Só ele, somente ele

Saberá sentir-lhe no silêncio

Que se alevanta desse chão,

Os espinhos lancinantes

A rasgarem-lhe o coração.

Lembro bem,

Que naquela, na outra esquina,

Além

Onde o tempo rodopiou,

Havia um canto

E um pranto

Que se perderam

E ninguém notou.

A paisagem, a natureza,

Que era toda beleza

Transmudou-se;

Não foi o tempo ou vento,

Mas alguma outra coisa,

Com certeza;

Terá sido a má sorte?!

Foi tudo isso mais a morte...

Velhos tempos,

Amores primeiros,

Flores belas, despetaladas,

Saudades enfunadas

A tremularem no varal do tempo

Fustigando o pensamento,

Um aceno, muitos ais,

Um nunca, nunca mais.

24-2-2009

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 17/06/2009
Código do texto: T1653594