Ars Antiqua, Ars Nova

Tenho muitas ferramentas nas mãos:

Livros, conceitos, esquadros,

Números, desconfianças, fé,

Dissimulação, paixão e horror.

Só não sei como ajambrá-las,

Num poema de fôlego curto.

Desses que se lê em vinte segundos,

Dão prazer no momento e depois,

São como aqueles pratos exóticos,

Até bons na hora em que se come,

Mas que ninguém quer repetir.

Provavelmente, vou pecar pelo excesso.

Mas nem que eu force espaço com um pé de cabra,

Vou falar até não haver mais quem ouça.

Fazer teorias pros respeitáveis, ou não,

Porque até que me provem o contrário,

Dentro do poema cabe de tudo.

Mas a releitura é o que salva.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 29/05/2006
Código do texto: T165283