Eu Te Amo!

Você bronzeia sua pele rosa no sol vermelho

Maquia os seus lábios (pouco carnudos)

Seus olhos que veem o mundo - no espelho

Amarra a cabeleira quando anoitece

Provoca um incêndio no acampamento

Pensando acender a lareira...

Se o amor vem do coração

Ele passa pelas artérias

Pois é o único caminho...

Pela praia fria e deserta

Meus versos não querem dizer que sou poeta

Quem dera eu tivesse uma estátua numa praça da cidade?

Quem dera não tivesse em meu peito tanta saudade?

Quem dera? Ah! Quem dera (...)

No caminho entre um mar e outro

Que a maré de tardinha concede um encontro

Eu te encontrei colhendo invólucro calcário e equinodermos pela areia

Tive o sangue na guelra... fui Tritão e ela sereia

Na verdade fui Tristão e ela nem foi Isolda...

Peguei em sua mão como se fosse cair de um penhasco

Abracei como se quisesse quebrar sua espinha e costelas

Não é do que somos feitos?... Tive o sangue na guelra!

Tivemos filhos... Um time de futebol

Um cão de estimação, brigamos logo nos finais de semana

Mas na segunda eu já disse que te amo

E tu me dissesse o mesmo...

Algum dia vamos envelhecer

Talvez já tenhamos uma chácara em Atibaia

Uma casa na praia e até rugas no rosto inteiro...

Talvez já tenhamos o gosto...

Do sangue da morte na boca

Mas antes que ela nos encontre

Ouça-me: - Eu te amo!

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 16/06/2009
Código do texto: T1651540