Eu Te Amo!
Você bronzeia sua pele rosa no sol vermelho
Maquia os seus lábios (pouco carnudos)
Seus olhos que veem o mundo - no espelho
Amarra a cabeleira quando anoitece
Provoca um incêndio no acampamento
Pensando acender a lareira...
Se o amor vem do coração
Ele passa pelas artérias
Pois é o único caminho...
Pela praia fria e deserta
Meus versos não querem dizer que sou poeta
Quem dera eu tivesse uma estátua numa praça da cidade?
Quem dera não tivesse em meu peito tanta saudade?
Quem dera? Ah! Quem dera (...)
No caminho entre um mar e outro
Que a maré de tardinha concede um encontro
Eu te encontrei colhendo invólucro calcário e equinodermos pela areia
Tive o sangue na guelra... fui Tritão e ela sereia
Na verdade fui Tristão e ela nem foi Isolda...
Peguei em sua mão como se fosse cair de um penhasco
Abracei como se quisesse quebrar sua espinha e costelas
Não é do que somos feitos?... Tive o sangue na guelra!
Tivemos filhos... Um time de futebol
Um cão de estimação, brigamos logo nos finais de semana
Mas na segunda eu já disse que te amo
E tu me dissesse o mesmo...
Algum dia vamos envelhecer
Talvez já tenhamos uma chácara em Atibaia
Uma casa na praia e até rugas no rosto inteiro...
Talvez já tenhamos o gosto...
Do sangue da morte na boca
Mas antes que ela nos encontre
Ouça-me: - Eu te amo!