No Meu Silêncio

 
Meu corpo indeciso
passeia pelo mundo
no fracasso
com meu coração dorido
por cada morte anunciada
São pérolas de ouro
com crianças ou velhos
pobres ou ricos
homens ou mulheres
 
Meu coração sente
gotas negras de sofrimento
nesta pobre nave
prenhe de fome   de miséria
de ódio viscoso
entre rivalidades inúteis
 
Minha alma cimentada
num corpo consciente
por nuvens cinzentas
na virulência da vida
no sorriso inquieto
coberto de indecisões
na tempestade humana
que o homem
por vezes se recorda
se disfarça de lobo
na fúria das águas
 
A inutilidade estampa-se
em cada rosto coberto
dum cinismo desconhecido
mas as crianças sorriem
na ingenuidade que as rodeia
É um riso de uns
é o choro de outros
é o desespero de alguns.
pedrovaldoy
Enviado por pedrovaldoy em 15/06/2009
Reeditado em 17/11/2009
Código do texto: T1650733