MESMICE

A mesmice

se estende pela janela.

Para fora e para dentro dela.

É a cara do poeta

que espera a bela

que espera a novela.

Nenhum lance.

Nenhum vento

que infle a vela.

A paisagem e o texto

se esfregam no tempo.

E a esperança

tem cara de velha.

1996