Meu oposto
Meu oposto
Sou o oposto de mim mesmo,
Hora sou solidão,
Hora sou multidão.
Perante o óbice no dúbio caminho da vida,
Parte de mim encolhe, se recolhe,
Se refugia ao mais recôndito desvão do meu ser,
Mas logo me faço impetuoso,
Tenho ímpetos de guerreiro intimorato.
Sou o oposto de mim mesmo,
Hora sou coração,
Hora sou razão.
Minh’alma é circunspecta e cautelosa,
Oh virtude dos cordatos!
Minh’alma é impávida e fervorosa,
Oh virtude dos ladinos!
Chorar e sorrir,
Odiar e amar,
Reprimir e exprimir,
Bradar e murmurar...
Sou uma confusão de sentimentos,
Sou uma alma em fragmentos.