Cascas de Vidro

Lutei vorazmente em busca da compreensão;

Cravei a espada do silêncio em busca do amor;

Para no fim saber que amei em vão...

Quão profundo e agonizante torpor.

Mas sofri, não pelo descaso recebido;

Sofri pelos seus olhos cravados nos meus.

Sofri por você não ter percebido,

Minhas lágrimas de medo inibido.

O mago Tempo fez da tristeza o rancor;

E as feridas se tornaram cascas de vidro,

Por mais que tentasse me causar a dor,

Só contaria com o mais profundo ódio ferido.

E todo aquele amor que por ti devotei;

Escondeu-se no mais escuro calabouço.

Escondeu-se e por fim me libertei,

Do verdadeiro Eu que estivera em repouso.

E foi então que vivi, e a neblina esvaiu;

E foi então que sorri, e conheci novas almas.

A necessidade de ti então partiu

Fui salvo por vozes perenes e calmas.

Eis que sua presença não era meu ópio;

Ainda que me achasse preso a você.

Percebi que me cegara com híbrido óleo;

Mas enfim conheci quem me fizesse viver.

Olgui
Enviado por Olgui em 15/06/2009
Código do texto: T1649364
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