Prazer de estar sozinho
Olhando em volta nada me interessa.
Os outros querem, mas não tenho pressa.
A vida mostra o que é mais direito.
As coisas fluem sempre do meu jeito.
Se uma companhia tenta conquistar
eu logo vejo que essa alma é o azar.
Esse interesse logo me incomoda,
deixando apenas uma imagem torta.
Vejo a corja inútil vagando pelas ruas,
com a ansiedade de estarem nuas,
mas não me comovo com o que não presta.
A verdade é que apenas eu sou o que me resta.
A face exposta tenta inquirir,
enquanto não julgo, só estou a ouvir.
Se a minha forma é o preconceito,
então o que seria seu estúpido jeito?
A grande ironia em toda essa idiotice
é a pose infantil na falsa beatice,
de quem ostenta uma presença de merda,
enquanto a podridão é sua rota certa.
Ainda não descobri porque perco meu tempo
dizendo uma parte das coisas que penso,
mas sei que o que digo descreve sua escória,
essa falsa existência que não serve pra história.