Uma ponta, duas pontas,...
Uma ponta, duas pontas,
Três pontas não se cruzam
Uma ponta, duas pontas,
Três pontas não se cruzam
O que dizer da vida, das pessoas, se não olharmos,
Como se deve olhar?
Simples, calmo, puro, com mais alto nível, de sinceridade,
Respeito, muito respeito,
O amor e a verdade, sempre existiram nesse mundo,
Tiranos e assassinos também, talvez em maior número,
Porém, sempre sucumbiram,
Diante de suas próprias atitudes
Pensem sempre nisso, sempre.
Peixão89
Falas Acesas – 1983
Uma ponta, duas pontas, três pontas não se cruzam. Chove lá fora, uma pessoa se curva. De repente, uma nota, de uma nota só, um baque. Rebate, caro, cara, coroa, vida dura, "pindura". Dedilhando, uma reunião, retumbante como fumaça. De ponta, pela ponta, para ponta, cai & vai, e daí. Eu não sei, mas sinto muito, se sei, juro, não minto. Ou se não sei, um suspiro, um grito, um baixo. Ora direis, será desponta? Ouvir desmontas estrelas, e vos direis, não se cruzam. Não, não discutam, sinto, sintam o que vem & o que vai, sem cruzar, sem mirar, só olhar, por tudo o que há, amar, nem que seja uma simples folha, uma ponta, duas pontas, três pontas não se cruzam. Dissipam como a neblina, como a luz num canto escuro. Durmo, taciturno, & uma energia me domina, noturno. Sem disto ou aquilo, um destino, não importa. Só essa porta, pouca & torta, rua morna, pura & porca, desvio. Não, sem receio, um a dois, duas a duas, caminhar pelo lado. Do seu lado, alado, toalhado, desnudado. Pela tua, minha. Nossa, quanto tempo, puro tempo, palavra, não dá pra notar. Mas uma nota, uma ou duas, uma ponta de tantas quantas. Mesmo, que forem necessárias, sua monta, pela única vez. Uma ponta, duas pontas, três pontas que se cruzam.