Amarga companheira

Sentado à mesa, na beira-mar,

tenho em tua companhia meu consolo.

Muda, gelada, me acompanhas

os pensamentos.

Fria e silenciosa,

és a companhia para essas horas,

o conforto calado,

o consolo das mágoas.

Eu te pego em minhas mãos,

afago-te em longo beijo,

sorvo teu sabor, teu amargor,

e compenso as amarguras

do viver.

E tu te consomes

neste esforço supremo

de me compensar as mágoas.