EU, INOCENTE

Eu, sou aquele inocente,

Que fui morto...

Morto pela minha mãe.

Eu, sem poder lutar,

Defender-me ou falar.

Sem saber a razão,

Para ela me matar.

Eu, inocente sem saber,

O que é viver, respirar.

Como ela irá viver,

Sabendo ter morto um filho...

Filho que não conheceu,

Seria Eu, homem ou mulher,

Olhos iguais ao do pai,

Beleza igual a dela.

Eu, vítima de uma covardia,

De um amor... amor cego.

Eu, paguei o preço, morri.

Morto pela minha mãe,

Não consigo saber,

Se ela sente culpa,

Por me matar, inocente,

Ainda um pequeno feto,

Muito antes de nascer.

Fui gerado pelo amor deles,

Com a união dos corpos,

Fiquei tão feliz, iria nascer,

Nela senti o medo.

Por nela eu estar.

Eu, ainda feto inocente,

Que nunca fiz mal,

Morto pela minha mãe,

Vítima de um aborto.

Ernesto Ehmke
Enviado por Ernesto Ehmke em 11/06/2009
Código do texto: T1643146