E SE EU ESTIVER ERRADO?





 
 
O vento fica me dizendo que devo partir,
minhas raízes insistem que devo ficar,
que o que tenho é importante, uma vida
de poesia, e uma mulher para amar.


O vento zomba; poesia, isso que você faz...
Onde está o murmúrio da cachoeira,
a chuva caindo nos ombros, a poeira,
a flor solitária que nasce na ribanceira.


 
Quando sopro suavemente uma flor,
tenho muito mais inspiração que seus versos,
eu sim sou livre, no campo, na mata,
eu busco o encanto, longe ou perto.


 
Se você não pegar a estrada, o atalho,
não desvendará os segredos do mundo,
é na fonte escondida que se encontra
a receita do versejar profundo.


 
Olho pela janela, chove forte lá fora,
não há mais vento, foi-se embora,
um cheiro bom de café vem da cozinha,
e eu faço mais um poema de escrivaninha.