Jazigo Perpétuo
Este tempo que passa
Que parece uma estátua na manhã que nasce
Torna-se um velocista que adentra à tarde
Em procissão coloca as horas
Numa marcha fúnebre em busca da escuridão da noite
E torna-se um jazigo aberto onde são sepultadas
As melhores horas de nossos dias sobre a terra
Eu me ajoelharia todo dia na beira do crepúsculo
E ali olharia nos olhos da noite
Pediria por clemência
De volta os dias que se foram
Se eu pudesse
Se houvesse um jeito
Se eu descobrisse uma maneira
Tentaria entender está lógica
Onde nos tornamos crianças
E por que crianças, nos tornaremos