Insurrectu
Insurrectu
Sandra Ravanini
Um dia, enquanto o presente dominava a violência
na tempestiva e inconstante passagem do caminho,
onde o arrastão do sentimento em fuga da essência,
criava uma inexistência ébria, afogando no remoinho.
Voei nas asas da angústia buscando a reconstrução,
num vale descolorido que no templo de mim morria;
morri eu, num delírio insano tal o milagre do dobrão,
lutando contra o abraço do cansaço que me vencia.
Naquela ansiedade disfarçada no semblante épico,
como uma estátua tentando congelar o sofrimento,
aguilhoando um grito, traindo a dor do olhar cético,
aniquilando a ilusão, se da compaixão fiz juramento.
Assim, fiz da sina um poente habitando a coroação,
então, ante o halo farejando o pó de minhas pedras;
calo-me! Se é meu o amor nas clareiras da escuridão,
eu dôo a mão à insurreição, e dou adeus e findo a era.
18/04/2006