Poesia
(Ao Eu-Lírico)
As máscaras
lhe caem bem.
Seu coração,
terra fértil
onde tudo nasce
e nada morre.
Lá, florescem campos,
verdejantes e aromáticos;
donde brotam árvores
e o fruto do saber.
Ele amadurece,
se contrai,
e se distrai;
maduro, vai ao chão
e alimenta algum faminto.
Nele, metaboliza-se
e a ele nutre.
Vai à corrente
púrpura e densa,
que a verdade
leva à mente.
(O que não presta
se expele.)
Muito bem!
É o que emburrece,
deleita e distrai.
Mas, naquele que se ferve
o anseio e a troca,
acontece o ato híbrido;
o Sublime se contesta.
As máscaras,
nas mãos as tem.
No peito,
seu coração
dispara a palavra;
sara com o verso.
Então, nos outros
você dissemina seu vírus,
a doença que ativa
a ideia e a enfisema.
Acomete a tudo e a todos
com poema,
ó Poeta!