Poesia

(Ao Eu-Lírico)

As máscaras

lhe caem bem.

Seu coração,

terra fértil

onde tudo nasce

e nada morre.

Lá, florescem campos,

verdejantes e aromáticos;

donde brotam árvores

e o fruto do saber.

Ele amadurece,

se contrai,

e se distrai;

maduro, vai ao chão

e alimenta algum faminto.

Nele, metaboliza-se

e a ele nutre.

Vai à corrente

púrpura e densa,

que a verdade

leva à mente.

(O que não presta

se expele.)

Muito bem!

É o que emburrece,

deleita e distrai.

Mas, naquele que se ferve

o anseio e a troca,

acontece o ato híbrido;

o Sublime se contesta.

As máscaras,

nas mãos as tem.

No peito,

seu coração

dispara a palavra;

sara com o verso.

Então, nos outros

você dissemina seu vírus,

a doença que ativa

a ideia e a enfisema.

Acomete a tudo e a todos

com poema,

ó Poeta!

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 10/06/2009
Reeditado em 10/06/2009
Código do texto: T1642204
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