Ao Sabor da Poesia
Ao Sabor da Poesia
O Sol entra devagar pela vidraça,
Como se viesse limpar a desgraça,
E deixar limpa a mente, como o azul do céu,
E o risco fino que descreve o destino,
Dita a sentença e absolveu o réu.
Não vou riscar a folha com o mau desenho,
O dia frio é o contraste do meu sonho,
Só o café, repõem a adrenalina do dia medonho;
Olho a chávena vazia,
E tento adivinhar o futuro,
Inglória vontade,
Ao ouvir as respostas de um mudo!
Foi perto daqui que a história começou,
Debaixo do arco que nos incendiou,
Passa o rio e leva vida nas suas vagas,
Tempestuoso leito,
Que em meu corpo assinala as suas marcas.
Gostava que estivesses aqui, sentada a meu lado,
A sentir a brisa que limpa o passado,.
Ou só, a ver o rio a passar,
A fazer-me companhia e a olhar o mar.
Que engole as vagas deste mundo,
E as mistura no salgado do meu olhar,
Sente-se o cheiro da maresia,
Sente-se a vida a correr em meu leito,
Sente-se o risco largo, numa mão vazia,
Um sinal do rumo ao sabor da poesia!
Nenúfar 27/5/2009