Trem da Vida

De fato é o fim?

Antes de partir

Pensei:

_O que farei?

A locomotiva

Da vida

Não para...

Para, apenas em paradas

Mas em segundos

Volta a desbravar o mundo

Passa muitas vezes

Pelo mesmo lugar

Mas com o tempo a mata que era verde

Começa acinzentar

A vida que era luz

Começa a apagar

E a juventude

Começa enrugar

Esse é um poema do futuro

Tenho nele oitenta anos

Olho pra trás vejo furos

Muitos erros e enganos

Mas vejo também

Que um dia fui força

Tive uma linda moça

E fumaçando vou mais além

Meu trem não é a carvão

É "trem a bala"

E a morte

Ao "trem da vida" não abala

A máquina continua

Firme e forte

A vida continua

Depois da morte...

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 09/06/2009
Reeditado em 29/06/2009
Código do texto: T1640115