Trem da Vida
De fato é o fim?
Antes de partir
Pensei:
_O que farei?
A locomotiva
Da vida
Não para...
Para, apenas em paradas
Mas em segundos
Volta a desbravar o mundo
Passa muitas vezes
Pelo mesmo lugar
Mas com o tempo a mata que era verde
Começa acinzentar
A vida que era luz
Começa a apagar
E a juventude
Começa enrugar
Esse é um poema do futuro
Tenho nele oitenta anos
Olho pra trás vejo furos
Muitos erros e enganos
Mas vejo também
Que um dia fui força
Tive uma linda moça
E fumaçando vou mais além
Meu trem não é a carvão
É "trem a bala"
E a morte
Ao "trem da vida" não abala
A máquina continua
Firme e forte
A vida continua
Depois da morte...