Incerto tédio
De tanto ir na direção contrária
De tanto contradizer o que eu mesmo falo
Talvez seja melhor esquecer
Ou continuar a sofrer,
Calado!
Fugir por aí,sem ter aonde ir
Desmerecer a verdade de ser o que sou
Prender a pouca luz que sobrou
Ou melhor,
Deixar desmontar o que falta cair !
Nem de perto renego
Nem de longe espero
Espero o Sol se apagar
E a escuridão não existe
O vácuo disperso resiste!
Parece ter som coagulado
Na carne do ouvido apagado
De tanto correr,de tanto sofrer
Não mereça viver!
Corre,corre,corre!
Esperar ainda é o melhor a fazer
Mas,corre,corre,corre!
Ficar esperando não vai fazer esquecer!
Mas,correr,correr,correr?
Também não faz parar de doer
Então o que faz para o mundo
É ser despresível morimbundo!
Devagar,quase parando
Lentamente,quase suspirando
Coração chor,quase soluçando
A mente vaga,quase se apagando.
As dores do planeta,inspiração
As faíscas do cometa,se propagarão
De olho por olho,exterminação
No peito lateja o pedido de perdão.
Quase nada de fútil
É o meu choro inútil
Quase nada abala meu tédio
Nada abala meu tédio!
Ligia Albarracin