O brilho do novo mundo
Um instante de loucura
Quebrou as grades da minha lucidez
Num instante, o que era escura
Brilhou aos olhos pela primeira vez
Quando as asas dos anjos se romperam em sangue
A malicia e as sombras pulsaram nas veias
As mascaras e os trajes se puseram ao chão
O brilho que mostrou as teias
Fez-se a espada empunhada com exatidão
De cabeça em pé
Com a luz empunhada
Sentia a pele transpassada
Pelos olhares que rasgavam a alma
Como garras afiadas
O cego tem a vantagem de não ver a escuridão,
Que reina na face impressa,
De quem vive no feudo do senhor cifrão;
De quem não tem pai não, tem mãe, não tem irmão;
A quem, de tudo a ganância se faz patrão;
É um mundo novo;
Onde os novos horizontes configuram,
Uma nova situação;
É um mundo bobo,
Onde nada é o que parece;
Tudo é o que não parece,
E ninguém tinha a intenção;
Neste mundo o deus se chama eu,
A religião cabe no bolso,
A família tem um preço,
O valor do homem varia com a movimentação da bolsa,
E quem tem espírito, pena
Vagando no deserto vale de lagrimas.