Metamorfose Ambulante
Não sou fácil de entender
Mas talvez eu não seja,
Nenhum bicho de sete cabeças.
Na verdade eu só tenho seis
Que mudam a todo instante,
Que pensam o tempo todo,
Mas que também descansam.
Que adoram dias nublados,
Mas que se assustam
Com os trovões da tempestade.
Que acreditam no amor
Não importando
Forma, distancia ou idade.
Que querem ser felizes,
Mas que complicam coisas fáceis
Tornando-as difíceis
Que mentem quando necessário
Mas que abominam a mentira.
Que às vezes sentem paz
E às vezes sentem ira,
O que talvez seja completamente normal
Ou um tremendo absurdo.
Que querem criar raízes aqui
Mas que querem voar pra longe
Muito longe daqui.
Que pensam no agora,no depois
Mas sobretudo,no antes.
E talvez eu seja só mais uma
Metamorfose ambulante.
Prestes a mudar o rumo da viagem
Ou a forma de chegar aonde quero
Mas aonde quero chegar mesmo?
Não tenho pretensão de nada
Mas tenho desejo de tudo
Tudo é relativo
E construído aos poucos
Talvez eu não pertença a este mundo
E sim ao mundo dos loucos...