Esperança

 
Uma réstia azulada
iluminava aquele recanto
duma cabana esfarelada
de um abrigo cinzento
numa esperança perdida
 
Um feixe ténue
estendia-se
preguiçosamente
pelo sítio mais pobre
daquela casa amarrotada
por um simples temporal
 
Pingos bailavam
no teto meio desfeito
desconexo
caindo sobre a mesa
velha meio partida
 
Salpicos de luz
salpicos de gotas
ultrapassam o desgosto
na pobreza sentida
de seres por entre lágrimas
 
No centro da mesa
pingo a pingo
se foi acumulando
e por milagre
só por milagre
pingo a pingo
se vão transformando
num montículo
de pepitas de ouro
para um novo futuro
para uma nova esperança
num amanhecer
de um outro dia
solarengo para uma vida renovada
de uns pais
no despertar de uma nova criança
para uma vida de esperança.
pedrovaldoy
Enviado por pedrovaldoy em 07/06/2009
Reeditado em 18/11/2009
Código do texto: T1637327