CERTAS PALAVRAS
NALDOVELHO
Certas palavras são como água,
por mais que irriguem poemas,
com o tempo transbordam
e vão dar luz a outros significados.
Outras são como teias,
assim, ramificadas
se prestam a muitos caminhos,
imagens, metáforas, rotas de escape.
Há aquelas que mais parecem poeira,
infiltradas entre dobras aparentes,
contam histórias diferentes...
Toda a vez que uso uma,
não sei bem onde vai dar.
Há também palavras de natureza pedra.
É preciso lapidá-las para que possam
quando banhadas pela luz do poema,
brilhar assim como brilham raras gemas.
Especiais são aquelas de natureza essência.
Toda a vez que toco nelas
brota um cheiro de alfazema,
colibris voam em meu quarto,
e eu me lembro de nós dois.
Palavras que não nos pertencem,
licença dada para se cometer sacrilégio,
chaves que libertam da mente o demente,
lâmina afiada a sangrar possibilidades,
colheita que o poeta só fará muito tempo depois.
NALDOVELHO
Certas palavras são como água,
por mais que irriguem poemas,
com o tempo transbordam
e vão dar luz a outros significados.
Outras são como teias,
assim, ramificadas
se prestam a muitos caminhos,
imagens, metáforas, rotas de escape.
Há aquelas que mais parecem poeira,
infiltradas entre dobras aparentes,
contam histórias diferentes...
Toda a vez que uso uma,
não sei bem onde vai dar.
Há também palavras de natureza pedra.
É preciso lapidá-las para que possam
quando banhadas pela luz do poema,
brilhar assim como brilham raras gemas.
Especiais são aquelas de natureza essência.
Toda a vez que toco nelas
brota um cheiro de alfazema,
colibris voam em meu quarto,
e eu me lembro de nós dois.
Palavras que não nos pertencem,
licença dada para se cometer sacrilégio,
chaves que libertam da mente o demente,
lâmina afiada a sangrar possibilidades,
colheita que o poeta só fará muito tempo depois.