As palavras brincam comigo.
De onde me vêm estas palavras
às vezes tão sábias
às vezes tão tolas.
De onde me vêm essas ideias
absortas, sem nexo
ideias estapafúrdias.
De onde vem essa loucura
que me faz colocar no papel
tantos absurdos
coisas em desuso
tantas heresias
que chamo de poesia.
De onde vêm palavras minhas?
Serão crias da inspiradora musa
da devastadora tristeza
da inquietante saudade?...
Recrio-as na libertadora vaidade
e recomponho-as nos sutis mistérios.
Palavras... palavras... bizarras...
sagradas...suaves...
sutis...camaradas...
palavras cores... sabores...brinquedos...
vocábulos desejos.
Bolinam...atiçam...infringem...habitam-me.
Não sei se as crio ou se elas recriam-me.
Penso: palavras traquinas
apenas brincam de fazer poesia comigo.
*Fátima Mota* 07/06/09 2:37