Herói novo
Como Atlas suporta o peso,
Talvez o amor me faça suportar.
Já não basta, em mim, o sentimento preso
Para esquecer esse insuportável ar.
Já me disseram para parar de ler
E voltar à realidade.
Mas do que adianta viver
Em um mundo que não existe de verdade?
A infância foi roubada de muitas crianças
Que, por sua falta de nobreza, não podem sonhar.
E não adianta mais a ONU contar a pobreza do continente africano.
Os jovens querem lutar
por uma nova nação. Mas, antes, precisam salvar
o que lhes sobra de coração.
A tristeza de outrora estampada
nas vitrines da loja da vida.
Sim, agora a felicidade se compra e não, conquista.
Amar a si mesmo
já é muito pouco.
É preciso ocupar cada lugar a esmo
com a esperança do herói novo.