Momento do fabricante de valsas
Os ventos de outono,
Conduzem muitas coisas.
Poeira, folhas, micróbios,
Poesias, pensamentos, lamentos.
Vão-se para longe,
Um não acabar de coisas.
E parado sobre o gramado,
Com a placa :"Proibido pisar",
O fabricante de valsas toma parte,
Da manifestação natural das coisas.
Neste dia ele ficou mudo.
Ficou pasmado.
Não triste. Reticente.
Hoje não haverá valsa.
Hoje não haverá espetáculo.
Porque o vesto leva pra longe,
Até manifestações melódicas.
Então dalí em diante,
O fabricante irá pelas ruas.
Um sorriso bobo no canto da boca,
Umas idéias meio salientes.