Momento do fabricante de valsas

Os ventos de outono,

Conduzem muitas coisas.

Poeira, folhas, micróbios,

Poesias, pensamentos, lamentos.

Vão-se para longe,

Um não acabar de coisas.

E parado sobre o gramado,

Com a placa :"Proibido pisar",

O fabricante de valsas toma parte,

Da manifestação natural das coisas.

Neste dia ele ficou mudo.

Ficou pasmado.

Não triste. Reticente.

Hoje não haverá valsa.

Hoje não haverá espetáculo.

Porque o vesto leva pra longe,

Até manifestações melódicas.

Então dalí em diante,

O fabricante irá pelas ruas.

Um sorriso bobo no canto da boca,

Umas idéias meio salientes.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 26/05/2006
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