Por quê?

Por quê choras agora, se permiti que seus braços

Num enlaço sentisse os meus

Sem começo e sem fim?

Se na minha vida sorrateiramente entraste

Sem pedir licença...

Entreguei-lhe o que tinha e o que desconhecia

O meu nada e o meu tudo

Por quê?

A tua fala não se prende ao meu olhar

Amarrando-me um nó na alma

As tuas mãos se reforçam entre si

Desprezando as minhas?

Culpa do destino,

Que antes me dera o mimo

Banindo a tristeza

Trazendo alegria

Restaurando-me a vida?

Cabe a ele tamanha crueldade

Ou a tua falta de coragem

De assumir que o nunca pode ser breve

Que a eternidade não é assim tão distante?

Cabe ao tempo

Ter se encarregado

Do presente se fazer passado e,

Nada ter restado?

O teu pranto agora

Implora a minha volta

No entanto, já provei dessas lágrimas

Ainda que não tivesse ido

No teu amor dividido...

Guarda teu lamento

Perdeu-se no tempo

Em que por ele esperei...

ziza Silvestre
Enviado por ziza Silvestre em 26/05/2006
Reeditado em 15/06/2006
Código do texto: T163307
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