SEMPRE POETA
Já cansei de ouvir essa eterna pergunta, ou seja, o que é ser poeta..., Nada mais sincero, Ingênuo e simplista dizer apenas ser um grande mentiroso. Ora, por que não viver inconscientemente uma outra história? Não seria por acaso muita insensibilidade não chorar a desgraça alheia, não amar o amor dos outros, não se apaixonar pela musa do amigo chegado e gritar por ele, sabendo da sua enorme timidez? E por ai encontramos outros inúmeros exemplos..., Ser poeta é ser solidário no inconsciente, e brindar a noite, como sendo ela o instante máximo da genialidade do cego, momento único de uma superioridade consoladora. Deslizar versos e palavras como brinquedo de ilusões e prolongar os limites que a razão teme, antes, porém, do ponto da loucura. Quem de certa forma não se propôs ajeitar um poema? Beliscar aqui e ali, uma poesia antes do arroubo sensual? Pois que uma bela poesia abre as portas para o impossível acontecer. É por mais lenha na fogueira e fazer jogos de cores nas chamas da ilusão. É responder sem entender a pergunta e inquirir a alma por pequenas coisas. É criar palavras, reinventar um romance com a mesma pessoa. Culpar o destino pelo amor perdido e defende-lo pelo fato consumado. É ser romântico mesmo passageiro e ter romances duradouros. É esquecer a traição e ser traído pela lua, pelas cores, pelas flores e jardins das madrugadas. É pensar na vida e na morte com inspiração da eternidade. É ser fugaz e sagaz, teimoso e amoroso, é simplesmente rimar em nome da beleza, mesmo que nada se configure, mas que haja transformação. É olhar nos olhos como se olha no espelho e disfarçar as verdades, que finge não saber e saber da sua ignorância diante do inesperado. Já me cansei de falar do que acho, pois que, se acho, vira especulação e simetria técnica, nada mais que rimas bem colocadas. Ser poeta é ser além do significado, é ultrapassar a emoção, é singrar vida mesmo que a morte vença. Debruçar-se na lembrança do horizonte sonhado e ter saudade..., Muita saudade do que ainda virá, para eternizar um instante qualquer como segredo do coração. Ser poeta é ser criança, e como tal, não se restringir ao bom senso, é sorrir do engraçado, ser inconveniente para os outros, é perguntar pela verdade ao honesto, desconfiando da resposta, é brincar de médico com a prima mais velha e esconder dos pais o que sabe sobre eles e sobre a noite. É ver a lua nascer sobre vários prismas e vários sentidos, todos invariavelmente únicos e universais. Ser poeta é sentir vontade de chorar e chorar quando a vontade chegar. É ser mulher, quando se é mais homem e ser homem quando não se quer. É ser amante no cansaço e simplesmente amigo na euforia. Ser poeta é antes de tudo, indescritível, por isso, não adianta tentar. Fica apenas o registro de um estreito e restrito pensamento fortuito.
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Já cansei de ouvir essa eterna pergunta, ou seja, o que é ser poeta..., Nada mais sincero, Ingênuo e simplista dizer apenas ser um grande mentiroso. Ora, por que não viver inconscientemente uma outra história? Não seria por acaso muita insensibilidade não chorar a desgraça alheia, não amar o amor dos outros, não se apaixonar pela musa do amigo chegado e gritar por ele, sabendo da sua enorme timidez? E por ai encontramos outros inúmeros exemplos..., Ser poeta é ser solidário no inconsciente, e brindar a noite, como sendo ela o instante máximo da genialidade do cego, momento único de uma superioridade consoladora. Deslizar versos e palavras como brinquedo de ilusões e prolongar os limites que a razão teme, antes, porém, do ponto da loucura. Quem de certa forma não se propôs ajeitar um poema? Beliscar aqui e ali, uma poesia antes do arroubo sensual? Pois que uma bela poesia abre as portas para o impossível acontecer. É por mais lenha na fogueira e fazer jogos de cores nas chamas da ilusão. É responder sem entender a pergunta e inquirir a alma por pequenas coisas. É criar palavras, reinventar um romance com a mesma pessoa. Culpar o destino pelo amor perdido e defende-lo pelo fato consumado. É ser romântico mesmo passageiro e ter romances duradouros. É esquecer a traição e ser traído pela lua, pelas cores, pelas flores e jardins das madrugadas. É pensar na vida e na morte com inspiração da eternidade. É ser fugaz e sagaz, teimoso e amoroso, é simplesmente rimar em nome da beleza, mesmo que nada se configure, mas que haja transformação. É olhar nos olhos como se olha no espelho e disfarçar as verdades, que finge não saber e saber da sua ignorância diante do inesperado. Já me cansei de falar do que acho, pois que, se acho, vira especulação e simetria técnica, nada mais que rimas bem colocadas. Ser poeta é ser além do significado, é ultrapassar a emoção, é singrar vida mesmo que a morte vença. Debruçar-se na lembrança do horizonte sonhado e ter saudade..., Muita saudade do que ainda virá, para eternizar um instante qualquer como segredo do coração. Ser poeta é ser criança, e como tal, não se restringir ao bom senso, é sorrir do engraçado, ser inconveniente para os outros, é perguntar pela verdade ao honesto, desconfiando da resposta, é brincar de médico com a prima mais velha e esconder dos pais o que sabe sobre eles e sobre a noite. É ver a lua nascer sobre vários prismas e vários sentidos, todos invariavelmente únicos e universais. Ser poeta é sentir vontade de chorar e chorar quando a vontade chegar. É ser mulher, quando se é mais homem e ser homem quando não se quer. É ser amante no cansaço e simplesmente amigo na euforia. Ser poeta é antes de tudo, indescritível, por isso, não adianta tentar. Fica apenas o registro de um estreito e restrito pensamento fortuito.
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