Ponto Final
Caiu uma gota, distância,
Dor efêmera, raio escuro,
Com um passo de constância
Atravesso a porta do obscuro.
Venço com rugir
A dor estranha do peito
Como o leão sendo sua presa
Caída, em paz, no leito.
Com mais um pouco de coragem
Enxergo o mistério restrito
Alcanço a luz dessa viagem
Que a imaginação tem descrito.
Céu, inferno ou simples terra
Destruo com faca e ferro
O que quer que seja é eterna guerra
Antes do morro, o berro.
E em poucos passos adiante
A dor que pulsa no pulso
Reduz-se a simples instante
Vermelha e negra, eu expulso.
A gota alcança o tapete
E o branco da paz que se mancha
Soa três badalads e um lembrete:
A moça branda, enfim, descansa.