Re-Encarnação [?]
Re-Encarnação [?]
Me disseram uma vez que'u era a Reencarnação de Rimbaud
Mas como ninguém é sério aos dezessete anos,
Não acreditei; E me deleitei na brisa fria de Chervelle
Sem me importar que era ele quem embriagava-me os versos;
E embargava na manhã fria as aventuras desveladas
Onde Apolo visitava-me ao lado de Dionisos e dizia:
"Serás Poeta!" - Ou não haveria eu de já ter sido antes?
E quando caminhava pelas hospedarias do Inferno
Me vinha a imagem de espíritos revoltos
Que de tão jovens eram mais senis que o tempo...
E são em noites de tormento, maresia inebriante,
Onde deuses sequer nomeados ousam em dores profanar:
"Tu és a reencarnação de Rimbaud!" E por quê diabos,
Eu, com a seriedade dos dezessete anos deveria acreditar?
- Se não fosse a revolta, se não fosse o frio, se não fosse o vinho...
Eu até pensaria duas vezes.