Re-Encarnação [?]

Re-Encarnação [?]

Me disseram uma vez que'u era a Reencarnação de Rimbaud

Mas como ninguém é sério aos dezessete anos,

Não acreditei; E me deleitei na brisa fria de Chervelle

Sem me importar que era ele quem embriagava-me os versos;

E embargava na manhã fria as aventuras desveladas

Onde Apolo visitava-me ao lado de Dionisos e dizia:

"Serás Poeta!" - Ou não haveria eu de já ter sido antes?

E quando caminhava pelas hospedarias do Inferno

Me vinha a imagem de espíritos revoltos

Que de tão jovens eram mais senis que o tempo...

E são em noites de tormento, maresia inebriante,

Onde deuses sequer nomeados ousam em dores profanar:

"Tu és a reencarnação de Rimbaud!" E por quê diabos,

Eu, com a seriedade dos dezessete anos deveria acreditar?

- Se não fosse a revolta, se não fosse o frio, se não fosse o vinho...

Eu até pensaria duas vezes.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 03/06/2009
Código do texto: T1630623