SÓ ASSIM EU QUERO
NALDOVELHO
Quero a poesia que transcende o poema,
pois sem ela, nada do que se vive vale a pena.
Quero o sorriso contundente
nos lábios, nos gestos, nos olhos,
do amigo, da criança, do amante.
Quero um entardecer bem deserto,
num horizonte dourado que implore
que o sol se aconchegue ao seu colo,
pois já é hora de dormir.
Quero lua cheia e exibida,
cidade tão plena de outono,
noites tão claras que eu tenho,
aninhado a ti, em meus sonhos,
presente que eu tive da vida,
poesia que me fez renascer.
Quero a fragrância de flores do campo,
colhidas molhadas de gotas de orvalho,
madrugadas tão frias, repletas de insônia,
por andanças, inquietudes estranhas...
Quero o dedilhar de um piano,
cordas de um violino cigano
e um romance impunemente no ar.
Quero o amanhecer generoso
com pássaros barulhentos em festa,
pois, só viver assim me interessa,
já que a poesia tem pressa
e precisa honrar o seu dom.
NALDOVELHO
Quero a poesia que transcende o poema,
pois sem ela, nada do que se vive vale a pena.
Quero o sorriso contundente
nos lábios, nos gestos, nos olhos,
do amigo, da criança, do amante.
Quero um entardecer bem deserto,
num horizonte dourado que implore
que o sol se aconchegue ao seu colo,
pois já é hora de dormir.
Quero lua cheia e exibida,
cidade tão plena de outono,
noites tão claras que eu tenho,
aninhado a ti, em meus sonhos,
presente que eu tive da vida,
poesia que me fez renascer.
Quero a fragrância de flores do campo,
colhidas molhadas de gotas de orvalho,
madrugadas tão frias, repletas de insônia,
por andanças, inquietudes estranhas...
Quero o dedilhar de um piano,
cordas de um violino cigano
e um romance impunemente no ar.
Quero o amanhecer generoso
com pássaros barulhentos em festa,
pois, só viver assim me interessa,
já que a poesia tem pressa
e precisa honrar o seu dom.