Aconchego

Estou de volta
pro meu aconchego
depois de um turbilhão
de beijo,
de tantas ilusões
e emoções sentidas.

Retorno à calmaria
de antes,
quando o coração
tinha como instrumento
um piano leve
simplesmente.

Claro que trago
uma bagagem
de tanta coisa
vivida,
de tantas pessoas
amadas,
de sonhos tramados
a dois,
de projetos engendrados
durante a madrugada.

Mas sempre chega
a hora do balanço:
o que somos ainda
um para o outro?
Esse olhar tristonho
não fazia parte
do meu rosto.
E nem o meu sorriso
era assim
sem brilho.
Suas mãos,
antes tão quentes
e ativas,
se aquietaram
ao longo do corpo
e já não me tocam
com tanta freqüência.

E na minha mala de saudade,
vou contando as lembranças
de tudo que foi e do pouco
que ainda é.

Então eu volto
pro meu aconchego.
Quero o acalanto
que o silêncio
revela.
Quero ouvir
o que não foi dito,
quero ler o que
não foi escrito
por nós dois.

Um dia retomaremos
o ponto onde paramos,
fortalecidos
pela ausência
mais que necessária
para a reconstrução
amarilia
Enviado por amarilia em 02/06/2009
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