ESTRANHA CRIATURA
NALDOVELHO
Estranha criatura
que me habita a clausura,
que traz marcada na fronte
os sinais de tanta loucura.
Mostra a cor dos teus olhos,
injeta em meu corpo a peçonha,
desentranha de mim a ternura,
descortina o ser que ainda sonha,
faz-me quebrar a vidraça,
arrombar a porta da rua,
sentar no banco da praça,
quem sabe a coragem se exponha
e me faça sorrir sem-vergonha?
Quem sabe a esfinge que grita
no fundo do poço que habita,
possa enfim revelar meus mistérios?
Quem sabe o homem que eu penso
seja, então, levado a sério?
Quem sabe a criança que dorme
possa acordar deste sonho
e ser muito mais que eu proponho?
Criatura estranha
que guarda preciosos guardados,
que traz marcada na fronte
a inquietude dos poetas,
mostra-me a força do seu verso,
quem sabe, eu consiga entender?
NALDOVELHO
Estranha criatura
que me habita a clausura,
que traz marcada na fronte
os sinais de tanta loucura.
Mostra a cor dos teus olhos,
injeta em meu corpo a peçonha,
desentranha de mim a ternura,
descortina o ser que ainda sonha,
faz-me quebrar a vidraça,
arrombar a porta da rua,
sentar no banco da praça,
quem sabe a coragem se exponha
e me faça sorrir sem-vergonha?
Quem sabe a esfinge que grita
no fundo do poço que habita,
possa enfim revelar meus mistérios?
Quem sabe o homem que eu penso
seja, então, levado a sério?
Quem sabe a criança que dorme
possa acordar deste sonho
e ser muito mais que eu proponho?
Criatura estranha
que guarda preciosos guardados,
que traz marcada na fronte
a inquietude dos poetas,
mostra-me a força do seu verso,
quem sabe, eu consiga entender?