E QUANDO SE FECHAVAM AS PORTAS





E Quando se Fechavam as Portas


(Lenir Castro - seccional Niterói - RJ)

E quando se fechavam as portas
Quando não restava mais nada: só eu e você:
Meu coração se alegrava, pois era a nossa hora
De ocultar dos outros, um amor de subterfúgios, de refúgio, de paz,
De profundo sentimento também...
Nossos olhos se encontravam e num prenúncio de adeus de afã, mais
E mais se procuravam: e não precisávamos de palavras
Pois o toque e as bocas desenhavam para nós
Todas as coisas necessitadas.

Ah, mas quando as portas se fechavam
Tudo o que não restava era a dor,
Mas somente os nossos sentimentos não ditos,
Somente o tilintar
Dos corpos feito o cristal:
Filigranas de uma entrega louca...
Então, exaustos, não se entregavam,
E sim lutavam para permanecerem
Atentos, atados e em comunhão.

Ah, mas quando se fechavam as portas
Eram somente eu e você.... e um sentimento
De pertencimento vivo e fugaz.
Em minha imaginação permanece até hoje:
Sem dor, mas doce e sereno....quanta paz!




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"E para que vive um poeta, senão para tocar as almas?"

Lenir Castro


Lenir Castro
Enviado por Lenir Castro em 02/06/2009
Reeditado em 13/06/2009
Código do texto: T1628114
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