NÃO SEI O NOME DA RUA




 
 
Não sei o nome da rua, nem mesmo que vila é esta,
mas que importa onde estou...
se para mim as vilas e ruas são iguais.
Me olham e pensam que eu não penso,
que eu não me lembro...
Mas, claro como a lua cheia as imagens dançam
na minha mente.
A vida pulsava forte, amigos, festas e sorrisos,
a fortuna não parecia distante,
e a fortuna que eu queria era tão pouca,
pois para ser feliz basta ter o suficiente
para dividir com alguém,
e eu dividia o pão e o vinho,
com estranhos, com vizinhos,
e confiava em todos e os amava como irmãos.
Era o verdadeiro amigo.
o que houve?
Não importa.
Hoje vago sozinho nas ruas,
hoje entendo de ruas estranhas e solidão,
cada passo sem rumo vira o verso de um poema,
ou notas de uma canção,
que ninguém quer ouvir.

São versos de um mendigo,
canção de um homem perdido,
que não sabe nem mesmo o nome da rua,

só sabe que ruas, vilas e pessoas,
são iguais.