Entranças
Por que me apraz vasculhar
Tua boca, língua e saliva
E dentes, restos, culturas?
Por que me alegro em teu útero,
Frenético, indo e vindo sempre,
Se não é minha morada?
Por que encontrar esse alento
Fugaz, quimérico em ti
Se não te tenho no todo?
Que há de me ser segurança
Se não me posso fiar
Nos teus dizeres mais íntimos?
Será por que, ao serenar,
A par de teus sentimentos,
Seguro mesmo é o sustento?