Ainda lua
Lua ainda
Perdas de tempo,
de imaginação.
Quando aconchego,
em fins-de-semana,
lençóis de linho,
ou nem tanto,
em noite a dois, na serra ou na praia;
em fugida para um motel,
desses de comerciais,
ou de panfletos no escuro da caixa do correio
(cascata, pista de dança, cama redonda e céu estrelado);
em busca por camisola curta,
macia e rendada e fendada,
com sorriso e olhar oblíquo;
por um lugar a dois sob céu desenhado
some em poço—sempre ali—porém,
só agora registrado
—ficha custou a cair.
E, no balde,
Preso por corda estropiada,
Mergulha meu céu estrelado.
Pelos fiapos e farpas,
escala uma lua molhada,
Mas ainda lua.
Ilram Rekrem