QUATRO ESTAÇÕES







Dos encontros, as estações da nossa história, 
guardo na memória as personagens mais estranhas
e recordo o tempo, em que para ser teu homem,
encarnei o teu desejo, de mil e uma formas.




Na primavera teu coração pediu um romance antigo
e assim, surgia o mais fiel dos cavaleiros
buscando ao cálice sagrado do teu sangue
que corria queimando em minhas veias.




No verão tua vaidade despertou gloriosa
exigindo o símbolo do eterno apaixonado
e fui Romeu - enamorado - sob tua janela
esperando em vão que ouvistes meu chamado.




Com o outono a desfolhar tuas ilusões
precisavas de alguém muito mais ousado
inventei, então, um Dom Juan meio perdido 
procurando, em outros rostos, a doçura dos teus traços.




Em nosso último encontro já não rias
era inverno também em tua fantasia,
não querias nada, nem mesmo minhas lágrimas,
e dissestes adeus como quem não me conhecia.







(*) Imagem: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 01/06/2009
Código do texto: T1626700
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