Fadas
FADAS
Jogo,
Para dentro de lenços de papel,
Ilusões: ontem
hoje
amanhã.
Enquanto, afinal, durmo,
a Fada dos Sonhos Amassados passa
bem junto à cama.
E, um a um, vai juntando-os do chão.
Senta-se no peitoril da janela
molhado de lua
E abre cada lenço.
Soltam-se deles, então,
cenas de conversas à sombra de árvores
carregadas de frutos ou flores;
beijos de amor;
e mãos dadas pelas calçadas;
flores com palavras em um coração.
Tempo de escutar o cotidiano,
Expressão de sentimentos
e planos triviais...
E, libertas—porque no escuro morreram—
ao sopro musical da Fada, sobem.
E vão dançar com o Homem da Lua.
Ilram Rekrem