ROLANDO NA RIBANCEIRA
Minha poesia pega no tranco,
e rola pelo barranco,
começa desengonçada,
não rima nada com nada,
do principio até o meio,
depois sim,
ao menos creio,
ela começa a encorpar,
tomando forma no verso
da metade até o final,
mas isso não me incomoda
nem um pouco, confesso,
porque tudo que eu peço
é que entendam a mensagem,
é sério, não é bobagem,
ela é simplesmente a meta,
essência de toda obra
do filósofo ou poeta,
somando à cultura humana,
forma de contribuir,
não é mero imaginário,
isso tá no dicionário,
duvida? Vá conferir
busque lá o que é “mensagem”,
confirme, sem sacanagem,
fique de queixo caído,
e veja pro seu espanto
que na poesia que canto
rimar já não é o problema,
o duro é contar o dilema
de forma a não me trair,
nem sempre flui como um rio,
eis o aí desafio,
é como casa sem asa,
é bonito, é sonoro
e daí,
que sentido tem?
não interessa a ninguém
se não diz coisa com coisa
é rimar goiva com noiva
só pra ficar bonitinho
apenas pra versejar
mas olha, eu vou contar
que essa coisa de poesia
vicia como café
e se a gente não finca pé
passa o dia todo nisso
e o tal do compromisso,
quem é que vai resolver?
mas vale a pena,
é gostoso,
e até bem prazeroso,
contar uma historia assim,
falar do mundo ou de mim,
e por fim passar a mensagem
que surge no meio de tudo
no verso falado, não mudo
atropelada nas letras
rola ribanceira abaixo
e vai parar no capacho
daquele que heroicamente
leu o texto até o fim
espero que tenha entendido
da poesia o sentido
sendo tosca
mesmo assim!