EU

um pouco temperamental

um coração humano

instinto animal

penso

logo existo

logo esqueço

sou esquecido

e penso

que não existo

mas não é porque ela não me nota

que eu sou uma lorota

sou inconstante

como o tempo

eterno

como o tempo

meu tempo

é seu tempo

não deixa esse encanto

se esconder em algum canto

te amo

busco alguém

amo a vida

e as pessoas

mais do que elas merecem

sei o que sou

não me diga o que sou

nem quem sou

se sou parte do jogo

se sou um tento do fogo

quem me tenta a ser

o que eu não quero

não sabe o que perde

em não me conhecer de vero

no inverno

a neve esfria o fogo

e o que eu quero

é ficar longe dos monstros

o medo

o preconceito

a violência

a inconseqüência

a injustiça

na minha vida

só quero ser quem eu sou

um descobridor

a cada dia descobridor

do que há na vida

do que há em mim

o que há no amor

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 31/05/2009
Reeditado em 01/06/2009
Código do texto: T1625389