Medo

Gosto de algumas palavras
em particular,
de outras, nem tanto
assim.
Busco a sonoridade
de cada uma,
o seu conteúdo mais oculto
para dizer o que me vai na alma.

Entre elas
existe uma,
que me fascina
e assusta a um só tempo.
Eta palavrinha tinhosa,
às vezes é até horrorosa,
pelo que desperta na gente.
Até porque não há
como desprezá-la
e sequer esquecê-la.
Quem pode dizer
que nunca sentiu MEDO?
Desde que nascemos,
à medida que crescemos
e passamos a receber
as tatuagens da vida,
que vão se tornando
indeléveis,
vamos perdendo o sentimento
de onipotência
e os variados tipos de medo
vão ocupando nossa mente.
Mas essa palavra
de sons noturnos
não é de todo má.
Graças aos seus efeitos
colaterais,
pressentimos o perigo
e afugentamos o inimigo,
garantindo nossa sobrevivência.
Mas se os nossos receios
viram fobias,
aí o caso se complica,
pois quando o medo
é infundado
ou mesmo generalizado,
é que a alma está doente.
Então o jeito é buscar tratamento
para que a vida possa
novamente entrar nos trilhos
e ter de volta a alegria
e a tranquilidade do espírito.
amarilia
Enviado por amarilia em 31/05/2009
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