lendo ultralyrics*
nem sei se me acabo com Marquinho
ou lhe proponho outro pergaminho
em que as ruas são todas destinos
e sua voz é toda carinho ao revés
das voltas que não quis.
Sair da pauta de arame farpado em clave de Dó,
buscar as muitas fadas em clave de sol,
e solitariamente dizer não.
que nada deste nó faz sentido:
tem um ruído aqui dentro
que não é sustenido, é um ruído
que dói, talvez coce, talvez olvido.
mas rui, e rui na esquina.
nem quero anfetamina,
ninfetas, bambinas ruidosas,
não quero prosa,
que é no reverso da história
que meu prado se fará marco
do tempo
a me soprar pra longe,
ao ultralyrics
de meu ensejo.
* “ultralyrics”, livro de poemas de Marcos Prado, Travessa dos Editores, Ctba.