COTIDIANO QUEBRADO

Ei você

Com essa cara

De trinta e duas horas sem sono

Dez anos sem informaçao

Sete dias sem trepar

Uma vida sem amor

Parece censor.

Espere ai, por favor

Explique-me sua feição

Deixe-me explicar

Eu amo a liberdade

Sou meio paradoxal

Amo mil mulheres

Pelos cinco continentes

Amo, amo, amo...

Sou amador, um amador

Eu amo com liberdade

Por conta desta devoçao

Aprisiono-me às vezes

Nada de prisão perpétua

Mas o amor não tem forma

Muda mais que idéias em minha cabeça

-Olha, é difícil de falar.

Já gostei de definições

Hoje não gosto mais

Eu gosto mesmo é de escrever poesias

Tocar meu violão. Ver gente

Gosto de dormir e acordar tarde

De não ter nada pra fazer

Até encontrar pela vontade.

A metafísica da água

Quando alívia a sede[isso é poesia

Eu nao gosto de escovar meus dentes

Mas me sinto aliviado quando o faço

Quero viver a "Época do Ouro" grega

Ou ir pra Passárgada

Com contracepção segura[ e acredito que

sem Aids nem camisinha

Minha geração

A geração do medo

Será que sempre foi assim:

Medo?

Meio tesão?

Meio gozo?

Eu não gosto de camisinha

Mas tenho que usar[ Sinto-me aliviado quando a uso

E a vida vem fluindo

A milhões de anos

Que viagem longa

E ainda não chegou.

"A arte é longa

A vida é breve"

Mas sem vida não há arte

Não quero pensar sobre a vida

Mas sim, nas coisas da vida

O amor

Eu gosto de gente e desgosto de gente

Coisas da vida

Eu gosto de comer fora de hora

Como é chato:

Hora de almoço, hora de janta

Ai, pra se viver tem que se aceitar

Não só hora de comer

Trabalho, hora de trabalhar[A quem serve o trabalho?

Hora de falar, hora de calar

-Você fala tudo que pensa?

-Você pensa tudo que fala?

-Você sente tudo que fala?

-Você fala tudo que sente?

-Você vê tudo que lhe passa?

-Você ainda me ouve?

Hora de calar.