DUAS MULHERES FEIAS

Dois espectros passam aos olhos.

Um temporal à beira-mar

em pleno sol de outono.

Ainda bem que não é verão,

porque o dia restaria turvo.

Dois cães mordiscavam restos

e saíram correndo à aproximação

de vestes sobre ossos.

Também pudera, em nada

disfarçavam a feiura...

Caminhavam. Sombras

arrastando silhueta e chinelos.

Conversavam sobre o Nada.

E a manhã, tão bonita!

O olho de Deus, condoído,

eclipsou o sol suspirando sombras.

E as Sílfides fizeram troça

roçando o vento sobre as dunas.

– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2009/2009.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/1623207