A FALTA DO PROFETA
Na busca pela felicidade construímos edifícios gigantes,
altíssimos, pensando que quanto mais próximos do céu
estivéssemos, mais felizes seriamos,
e conseguimos chegar bem mais próximo do inferno.
Construímos carros luxuosos, de alta tecnologia,
equipados com todo o conforto e ar condicionado,
em ruas entupidas de pedestres e motoristas estressados,
não podemos abrir as janelas de vidros blindados.
Nas casas, que nem sempre são lares, temos de tudo,
H D T V , computador, celular, filmadora e muito mais,
violados em sua essência, jovens se drogam e dançam
horas e dias, alucinados, alguns morrem a procura de paz.
Falta o bom senso, falta a palavra, falta o profeta, que desça da montanha, encare a mídia e os donos do mundo,
que traga de volta o respeito, a esperança, a bondade,
que plante em todos os corações as sementes da caridade.
Não é a casa grande, o carro de luxo ou um enorme palácio,
que fará a união da família e filhos felizes e realizados,
uma cabana simples, uma vida humilde, numa aldeia distante,
colheremos felicidade se plantarmos amor abundante.
O RIO
O Rio da minha tristeza
corria sempre, sem parar,
e todas as minhas lágrimas
costumava levar.
Essas lágrimas se evaporavam,
se arrebentavam nas pedras
que o Rio encontrava pelo caminho
que o levava ao mar.
Veio verão com tempestades,
inverno com frio tenebroso,
mas o Rio da Tristeza corria
deixando mais claro o meu dia.
Ainda procuro uma resposta,
preciso compreender,
de repente o Rio sem avisar,
simplesmente deixou de correr.