O Cavaleiro da Triste Figura

De tão cheio chego a estar vazio

De tão só, só a solidão me acompanha

Neste inferno que já é quase gelo

Nestes dias frios de verão.

Águas que de escuras não se vê o fundo

Um coração que não é raso, mas profundo, denso

E que nem em estação de seca dorme

O amargo que dá o gosto do açúcar.

O sol ainda brilha à madrugada

E eu que as dores do mundo sinto

Sinto muito por mim mesmo

Mesmo assim, assim mesmo.

Eu ando, ando, ando, ando e nunca chego

Num ponto, no ponto, naquele

A pit stop eu que não tenho direito

Vou seguindo sem saber bem por quê.

Rimas que rimar, não sei;

Notas que cantar, cantei;

A morte precoce, a loucura e as enfermidades,

Tudo o que compõe e comporá minha vida.

E eu persisto em minha cruzada

Faço da dor minha companheira

Da paixão, a minha espada

Vida, estrada que esta corta sem dar satisfação.

Mas o pôr-do-sol não é mais tão bonito,

Como era naquele céu poluído

E venho eu, um rio que corre pro meu Rio,

Buscando a felicidade de um cão no cio.

Rafael Rossi
Enviado por Rafael Rossi em 30/05/2009
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