SONETO ESTÉRIL

Com zelo, guardei os ventos,

as tempestades em segredo

dos seus olhares desatentos

com ciscos: pedras de medo.

Com calma, guardei encantos,

a metade da alma no perfeito

da vida cheia em desenganos

das flores fiéis ao lado: leito!

Circunstancial, sugo o peito

e, de amor, amamentamos

a saudade: estado insatisfeito

que lacrimeja os desencantos

do desencontro imperfeito

para, de filhos, não chorarmos.